quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Também foi... há 5 anos

O ano 2007 teve de tudo, como já deu para reparar. E hoje, completam-se mais uns 5 anos... 
Como uma desgraça nunca vem só, oito dias depois do meu tio J. falecer,  chegou a vez do meu avô paterno... Desapareceu aos 72 anos, após ter passado 3 deles acamado.
Depois de um dia de aulas, cheguei a casa à hora de jantar e não encontrei ninguém em casa. Estranho! Pensei eu. Liguei de seguida à minha mãe a perguntar onde estava e ela muito baixinho respondeu-me: "estou na casa da tia Fátima. O avô faleceu hoje". Já não tive reacção. Se ainda restava alguma coisa para cair, deve ter caído. Já não havia lágrimas para derramar, porque nem sequer tive tempo de produzir umas novas! Já não havia mais dor para suportar...
O meu avô faleceu enquanto a minha tia o preparava para ir a uma consulta. Ao passar-lhe um toalhete na cara os olhos não voltaram a abrir. Sofreu durante 3 anos, mas acabou por falecer sem dor, sem aflição.
Lembro-me de toda a energia que ele tinha;
Lembro-me do amor que tinha pelo futebol;
Lembro-me de o ver inclinado em cima da masseira a ouvir o relato dos clubes da 2ª ou 3ª divisão;
Lembro-me de o ver andar com os pés de um lado para o outro enquanto via os jogos do F.C.P., sentado;
Lembro-me de lhe dar à boca um bolo de arroz no hospital, quando as mãos dele já mal abriam;
Lembro-me de ele ter estado ao mesmo tempo que o meu irmão no hospital;
Gostava de me lembrar de mais coisas, mas não convivi tempo suficiente que desse para criar mais recordações.
Descanse em paz avô.
Um beijinho da sua neta mais velha!

4 comentários:

  1. Amiga, já é a 2ª vez que me fazes chorar hoje...

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  2. Não era para fazer chorar minha querida!
    A vida é mesmo assim... pelo menos aqui dá para desabafar e escrever o que é difícil dizer em voz alta...
    Um beijinho muito especial!

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  3. Eu sei que sim, mas é impossível ficar indiferente ao que escreveste. Percebe-se perfeitamente que são desabafos, são histórias que retratam o teu "passado", mas inevitavelmente abalam quem está deste lado, a ler, que começa a rever-se aqui e ali, e a lembrar o que aconteceu com os seus...
    Bjinho linda

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  4. Estou sempre contigo amori!
    Temos é que dar valor às pessoas enquanto elas estão connosco... Por vezes não o fazemos e quando a tragédia bate à porta soa no ouvido uma voz a dizer: eu avisei-te que lhe devias ter prestado mais atenção, devias ter feito mais para passar mais tempo com ele... é isso que eu, de certa forma, sinto em relação ao meu avô.
    Beijoca

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